O
tribunal militar de Roma condenou à prisão perpétua nesta
sexta-feira um nazista de 90 anos por ter participado
da execução de 120 oficiais italianos na ilha grega de
Cefalônia em 1943.
A condenação de Alfred Stork foi a primeira na Itália sobre os massacres de Cefalônia
em que milhares de soldados italianos foram mortos naquele
mesmo ano.
Tentativas anteriores de acusação
foram encerradas porque os réus tinham morrido ou os
responsáveis não puderam ser identificados, informou
o promotor militar Marco De Paolis.
Stork, que agora vive na Alemanha,
foi julgado como membro de um esquadrão de execução que
matou os 120 oficiais italianos, incluindo a divisão
do comandante general Antonio Gardin, em 23 de setembro
de 1943, segundo De Paolis.
Entre 3.000 e 4.000 soldados
italianos foram mortos no massacre de uma semana, em
setembro de 1943. As tropas italianas que ocupavam a
Grécia com os seus aliados alemães, de repente, encontraram-se
em território inimigo, quando a Itália assinou um armistício
com os Aliados após a queda do líder fascista Benito
Mussolini.
"Houve numerosos
massacres nesses cinco ou sete dias em toda a ilha grega.
Alguns soldados foram mortos em combate, outros foram
executados e alguns ainda ficaram presos por um dia e
foram mortos em seguida", disse De Paolis.
Dois oficiais alemães foram
condenados a pena entre 12 e 20 anos de prisão nos julgamentos
de Nuremberg pelos massacres Cefalônia e outros crimes
de guerra. Outras tentativas de acusação na Alemanha
e na Itália, em 1950 e 1960 fracassaram.
De Paolis afirmou que iniciou
essa investigação em 2009 a pedido dos filhos de duas
vítimas e identificou Stork após receber arquivos de
uma tentativa fracassada de processar 80 suspeitos no
início dos anos 2000.
O promotor disse que seria
inútil pedir a extradição Stork para seu julgamento na
Itália porque a Alemanha se recusou, no passado, a entregar
seus cidadãos mesmo quando condenados por crimes da era
nazista.
Efraim Zuroff, diretor do
Nazi-hunter do Centro Simon Wiesenthal, observou que
muitos alemães foram condenados por massacres de guerra
nos tribunais militares italianos nos últimos anos, mas
sempre à revelia porque a Alemanha se recusa a extraditar
seus cidadãos.
Em casos anteriores, a Itália
solicitou que os condenados à prisão perpétua cumpram
sua pena na Alemanha.
"Os italianos fizeram
um esforço muito admirável nos últimos dez anos para
encontrar e trazer para o tribunal, não no sentido literal,
indivíduos responsáveis ​​por algumas atrocidades terríveis", disse Zuroff por telefone. "É uma pena que apenas um deles tenha sido condenado na Alemanha", completou. folha.uol.com.br
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