26, 11, 2013 dnoticias.pt
Quatro suspeitos de crimes nazis identificados na Alemanha

A justiça alemã suspeita de quatro pessoas, identificadas na sequência de uma campanha do Centro Simon-Wiesenthal, lançada este verão, por algada participação nos crimes nazis, anunciou hoje um responsável do centro.

Quatro octogenários, incluindo uma mulher, são alvo de um inquérito lançado pela procuradoria de Berlim e Dortmund (oeste) e pelo Gabinete Central de Investigação dos Crimes do Nacional-Socialismo em Ludwigsburg (sudoeste), disse Effraim Zuroff, em conferência de imprensa, em Munique (sul).

Estas pessoas foram identificadas devido às informações recebidas no âmbito da campanha de cartazes "Tarde, mas não tarde demais", lançada este verão em Berlim, Hamburgo (norte) e Colónia (oeste) pelo Centro Simon-Wiesenthal para tentar encontrar os últimos criminosos nazis.

Ao todo, 285 pessoas deram informações concretas, relativas a 110 suspeitos, a viver em 17 países diferentes. A grande maioria (81) vive na Alemanha.

Zuroff considerou a campanha um "enorme êxito", já que o Centro só recebeu cerca de 20 mensagens a criticar a iniciativa.

"Devo dizer que os resultados obtidos nesta primeira fase foram muito surpreendentes para nós. É também uma mensagem importante para as famílias das vítimas", disse aos jornalistas.

Entre os quatro suspeitos sobre os quais a justiça abriu inquérito, conta-se uma mulher que terá trabalhado em vários campos de concentração, incluindo Auschwitz, na Polónia ocupada pela Alemanha nazi.

Até agora, o Centro ainda não pagou a recompensa de 25 mil euros por toda informação importante que leve à detenção e à condenação de um criminoso.

A campanha vai ser alargada a mais oito cidades alemãs, Leipzig, Munique, Magdeburgo, Rostock, Estugarda, Dresden, Nuremberga e Frankfurt, concluiu Zuroff.

Quando a justiça alemã se concentrou, no final da Segunda Guerra Mundial, sobre os acusados contra os quais possuía provas diretas ou testemunhos, a condenação do apátrida de origem ucraniana John Demjanjuk, em Munique, em maio do ano passado, alargou o crime de cumplicidade em homicídio a pessoas que ocupavam postos subalternos e sem implicação direta nos crimes.

Depois do processo dos responsáveis do regime de Adolfo Hitler, em Nuremberga, em 1945-46, cerca de 106 mil soldados alemães ou nazis foram julgados, 13 mil foram considerados culpados e metade destes foram condenados, de acordo com o Gabinete Central de Investigação dos Crimes do Nacional-Socialismo de Ludwisburg.

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