28.10.2011 - 12:32 publico.pt
Polónia reabre investigações aos crimes cometidos em Auschwitz

As autoridades polacas reactivaram a investigação aos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos no campo de concentração de Auschwitz durante a II Guerra Mundial, onde se estima terem sido mortas um milhão de pessoas.

Um dos propósitos da investigação, relançada agora pelo Instituto da Memória – organismo governamental que analisa os crimes das eras nazi e comunista no país –, é o de detectar e localizar criminosos nazis que ainda estejam vivos. “Não afastamos a hipótese de encontrarmos ainda vivos antigos empregados do campo de Auschwitz, caso em que poderão ser acusados de crimes contra o país”, sublinhou um dos responsáveis do instituto, Piotr Piatek.

O conhecido “caçador de nazis” Efraim Zuroff elogiou a decisão das autoridades polacas, avaliando que a mesma “pode ter consequências tremendas” abrindo o caminho à formulação de novas acusações e julgamentos. E recorda o precedente aberto pela condenação, neste ano, de John Demjanjuk, oriundo da Ucrânia e antigo guarda no campo de extermínio de Sobibor, na Polónia ocupada, que foi julgado em Munique após ser extraditado dos Estados Unidos, por 28.060 acusações de cumplicidade em homicídio.

A Polónia lançou uma série de investigações aos crimes cometidos em Auschwitz nas décadas de 1960 e 1970, mas todas foram encerradas uma década mais tarde sem terem sido formuladas quaisquer acusações. A maior parte dos guardas dos campos de concentração na Polónia ocupada foram levados a julgamento no país logo no período pós-guerra, tendo porém recebido todos uma amnistia em 1956 ainda com os processos judiciais em curso.

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