As autoridades polacas reactivaram a investigação aos crimes
de guerra e contra a humanidade cometidos no campo de concentração
de Auschwitz durante a II Guerra Mundial, onde se estima
terem sido mortas um milhão de pessoas.
Um dos propósitos da investigação, relançada agora pelo Instituto da Memória
– organismo governamental que analisa os crimes das eras
nazi e comunista no país –, é o de detectar e localizar criminosos
nazis que ainda estejam vivos. “Não afastamos a hipótese
de encontrarmos ainda vivos antigos empregados do campo de
Auschwitz, caso em que poderão ser acusados de crimes contra
o país”, sublinhou um dos responsáveis do instituto, Piotr
Piatek.
O conhecido “caçador de nazis” Efraim Zuroff elogiou a decisão das autoridades
polacas, avaliando que a mesma “pode ter consequências tremendas”
abrindo o caminho à formulação de novas acusações e julgamentos.
E recorda o precedente aberto pela condenação, neste ano,
de John Demjanjuk, oriundo da Ucrânia e antigo guarda no
campo de extermínio de Sobibor, na Polónia ocupada, que foi
julgado em Munique após ser extraditado dos Estados Unidos,
por 28.060 acusações de cumplicidade em homicídio.
A Polónia lançou uma série de investigações
aos crimes cometidos em Auschwitz nas décadas de 1960 e 1970,
mas todas foram encerradas uma década mais tarde sem terem
sido formuladas quaisquer acusações. A maior parte dos guardas
dos campos de concentração na Polónia ocupada foram levados
a julgamento no país logo no período pós-guerra, tendo porém
recebido todos uma amnistia em 1956 ainda com os processos
judiciais em curso. publico.pt
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